terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Quem queima
onde tua paz
revela
arde Amor
como vela
que em duas
extremidades
se cala

Sem Título

Almejo
teu ser
como o mártir
deseja
o suplício
pedras
cruzes e cordas
guilhotinas
onde o algoz
por sua vítima
sente carinho

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Imersão parte III

Quebra o broquel
faz da adaga uma clave
florete que transportas
não é mais
que aguda rosa
a desfazer em lírios

quanto queres

Instante

Silva a nau entrave
Pato Fu & François Villon
Cai do céu a água
Onde a terra se engana
Tudo o que responde
Saudade
Silêncio em objetos quedos

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Nuance

Dái-me teu ósculo flor do medo
o que censuras
não o oculta a noite
se acaso receio julgares
é que não ponderas
onde cantam as fúrias

Ondulação n° 17

Musa em Silêncio
Ópera Bufa
Lira partida
Crise de nervos

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ter os braços crestados as mãos toscas e lábios que atrapalham, ser enfim uma tragédia que canta erra se entedia sofre e ama, pois somente Amor pode, em instância última, justificar essa bosta!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Composição nº 11

Preciso de um verso
ausente, preciso
como uma faca
o dedo afina
e a cinza que paira
insinua
essa mesma lua
que tosca
atravessa toda lira

terça-feira, 26 de julho de 2011

Lápis-lazúli
o céu púrpura
carmim argênteo
respira
azul celeste
pálido lilás,
as cores desmaiam...

कुँद्रपरा मु

Qual força trai, seduz e devora
Não sei o que tens, guardas ou labora
Por isso temo por minha alma
Que ora tua mão transporta

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Vos ofereço como um câncer, esta adaga que sangra em minhas mãos, e peço enternecido a vós que saibais se portar diante da real princesa que sou, pois meu corpo maculado de mágoas, não mais oferece rosas a quem a morte teme... Observai estes calabouços, aqui Herodes e Jokanaan cantaram, pois quem vos fala é Salomé!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pode ser que esta bruma, leve clima de agonia mundana, artifício sempre intacto para a perdição dos corpos, rumoreje, aspire, se delicie e precipite em um mar onde o turquesa da espuma esconde em seu ar de quem se deixa partir, a malignidade sedutora das rochas, que se atravessma como broquéis para quebrar a alma sedenta de beleza...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

"O verdadeiro acto filosófico é o suicídio." Novalis

Poemas depois de muito tempo...

Todo o céu
ornado por um escudo negro
esconde
com graça indelével
as estrelas
outrora tão belas
e agora os românticos fitam
austeros postes
de luz amarela